O que é tarô (tarot)? Entenda o que significa
- Marina Jordão
- 21 de out. de 2024
- 9 min de leitura
Atualizado: há 5 dias
Se você chegou até aqui se perguntando o que é tarô, está no lugar certo. Essa dúvida é mais comum do que parece, especialmente quando o tema é cercado por mitos, crenças pessoais e visões polarizadas.
Apesar de ser frequentemente associado ao esoterismo, o tarô vai além. Ele também pode ser compreendido como um recurso de reflexão pessoal e análise de contextos. A forma como cada pessoa se relaciona com o tarô varia, e entender sua estrutura facilita entender as possibilidades.
Neste conteúdo, você vai conhecer o que é tarô, observar como ele funciona na prática e entender por que essa linguagem simbólica é relevante até hoje.
O que é tarô?
O tarô é uma linguagem simbólica que estrutura padrões universais da experiência humana. Ele traduz em imagens, emoções, comportamentos e ciclos que atravessam a vida. Não é por acaso que histórias nos impactam tanto, como nos filmes e séries. Elas nos atraem porque nos reconhecemos nelas. Com o tarô, o processo é semelhante: ele narra a sua história por meio de símbolos e cenas que refletem situações reais.
Essa linguagem é organizada em 78 cartas, divididas em dois grupos. Os 22 arcanos maiores representam etapas significativas, como transições, desafios ou conquistas. Já os 56 arcanos menores detalham o cotidiano, ajudando a entender como os temas centrais se adequam ao seu momento atual. Essa combinação entre macro e micro traz discernimento para enxergar contextos de forma mais completa.
Cada carta é associada a elementos da natureza e aspectos do ser humano. Terra, água, ar e fogo dão base aos naipes ouros, copas, espadas e paus. Esse sistema simbólico amplia a percepção e facilita encontrar respostas dentro da própria lógica da vida.
Ouros: ligado à terra, simboliza o mundo material.
Copas: ligado à água, reflete emoções.
Espadas: ligado ao ar, representa a mente.
Paus: ligado ao fogo, aponta pra ação.
Observar o próprio momento com o suporte do tarô é como observar para uma maquete da sua realidade: os detalhes ficam mais visíveis e os caminhos mais acessíveis. E a partir disso, reorganizar ideias, perceber emoções e sustentar escolhas.
O tarô carrega séculos de história e continua atual justamente porque representa a forma como vivemos, sentimos e lidamos com o mundo. As cartas permanecem as mesmas, o que muda é quem interpreta, quem consulta e o momento de vida. Por isso, mais do que prever, ele permite entender a nós mesmas e a complexidade da vida.
Conheça os arcanos maiores:
Conheça os arcanos menores:
Origem do tarô
Quem criou e quando surgiu o tarô?
A história do tarô é tão interessante quanto enigmática. Apesar da sua origem exata ser desconhecida, o que sabemos é que ele nasceu como um jogo, sem vínculos com misticismo ou espiritualidade.
Sua história documentada começa na Itália do século XV, sob o nome de tarocchi. Era um passatempo jogado pela nobreza europeia. Apenas mais tarde, no século XVIII, o tarô ganhou interpretações espirituais, quando o estudioso francês Antoine Court de Gébelin sugeriu que suas imagens guardavam sabedorias espirituais egípcias. A partir disso, o tarô passou a ser adotado por escolas esotéricas como a cabala e o hermetismo, o que moldou boa parte do imaginário popular sobre ele.
No século XX, um novo capítulo se abriu. Arthur Edward Waite, estudioso do ocultismo, desenvolveu em parceria com a artista Pamela Colman Smith o baralho conhecido como Waite-Smith. Suas ilustrações detalhadas marcaram a virada visual e interpretativa do tarô. O sistema, até hoje amplamente utilizado, foi projetado para facilitar sua interpretação.
Na mesma época, o psiquiatra Carl Jung começou a elaborar sua teoria sobre arquétipos e inconsciente coletivo. Essa abordagem aplicada ao tarô, reforça como ele pode ser usado para refletir, se conhecer e expandir a consciência.
Apesar disso, é importante lembrar: o tarô não substitui acompanhamento psicológico ou terapêutico, a não ser que a profissional tenha habilitação para ambas práticas. O efeito terapêutico está na forma como ele é conduzido.
Tarô arquetípico
Existe algo nas cartas que vai além do que vemos. Quando olhamos para uma imagem e sentimos que ela “fala com a gente”, é porque algo interno é ativado. Isso acontece porque o tarô dialoga com arquétipos: padrões universais que moldam como pensamos, sentimos e agimos ao longo da vida.
Carl Jung chamou esses padrões de arquétipos do inconsciente coletivo. Eles não têm forma própria, mas se expressam por imagens e símbolos. São ideias que ultrapassam o tempo e a cultura, aparecendo em mitos, histórias, religiões e até na publicidade. Quando uma imagem do tarô ressoa com você, é sinal de que está acessando uma dessas camadas universais do psiquismo humano.

Os arquétipos, portanto, não são imagens em si. São conceitos abstratos. O que os torna visíveis são as chamadas imagens arquetípicas, representações que dão forma a ideias como o Mago, a Imperatriz, o Sábio, entre outros. No tarô, os 22 arcanos maiores funcionam como vias de acesso para esses grandes temas da experiência humana.
A carta da Imperatriz, por exemplo, não é uma mulher específica. Ela representa os aspectos ligados à fertilidade, maleabilidade e nutrição. Assim como a pomba branca, que em várias culturas é símbolo da paz, as imagens falam com nossa memória, mesmo que a gente não saiba o por quê.

É essa inteligência simbólica que torna o tarô potente. Ele organiza, traduz e reflete o que está por dentro, e consequentemente por fora, mesmo quando ainda não temos consciência. Ao usar os arquétipos como ponte entre o inconsciente e o consciente, o tarô se torna um recurso prático para ampliar a percepção e encontrar sentido no que antes era confuso.
Tarô tem religião?
O tarô não pertence a nenhuma religião. Ele é um sistema simbólico, útil para refletir sobre a vida humana, apoiar decisões e, em certos casos, apontar possíveis desdobramentos. Sua história cruzou o caminho do esoterismo apenas por volta do século XVIII. Antes disso, era um jogo de cartas.
Com o tempo, essa associação com o misticismo se fortaleceu. E, no Brasil, onde o cristianismo foi imposto como religião dominante desde a colonização, tudo o que foge da tradição católica passou a ser visto com desconfiança. Isso gerou estigmas que reverberam até hoje.
Mesmo assim, é importante entender: o tarô não é religioso. Usá-lo ou não como prática espiritual é uma escolha pessoal. As outras possibilidades de uso se expandem para áreas como psicologia, teatro, cinema, moda. Os arquétipos estão em todo lugar representando a experiência humana.
Tarô é pecado?
A ideia de “pecado” está diretamente ligada aos valores, crenças e interpretações de cada pessoa. O que é considerado errado em uma tradição pode ser visto como neutro, ou até sagrado, em outra. Não existe uma definição universal.
Mesmo assim, nosso cérebro adora respostas simples: sim ou não, certo ou errado. Esse modo automático de pensar ignora as nuances e reforça julgamentos. Para sair do ciclo binário, é preciso aumentar a consciência, desenvolver pensamento crítico e entender que a realidade e a verdade não são absolutas.
O tarô, por não pertencer a nenhuma religião, já nasce fora do que muitas culturas enxergam como “aceitável”. Seu aspecto simbólico e preditivo, muitas vezes associado ao oculto, assusta quem cresceu sob crenças que demonizam o que não compreendem. Mas isso fala mais sobre intolerância do que sobre o tarô.
Como funciona o tarô?
O tarô funciona como um sistema simbólico que estimula a reflexão sobre a sua vida, seus dilemas e possíveis caminhos. Em vez de ditar verdades absolutas, ele amplia a percepção e reorganiza o barulho mental com mais direção.
Tudo começa com uma pergunta. Pode ser uma queixa, uma decisão, ou aquela sensação de que algo está fora do lugar. A partir disso, a taróloga identifica a melhor estrutura de tiragem, ou seja, como as cartas serão organizadas na mesa. Cada formato favorece um tipo de tema: escolhas profissionais, relações, processos internos, entre outros.
As cartas são embaralhadas e distribuídas randomicamente, ocupando posições estratégicas como “o que favorece”, “o que dificulta”, “aconselhamento” ou “potencial de futuro”. O papel da taróloga é interpretar o significado de cada arcano com base em quatro eixos principais:
Significado do arcano.
Posição do arcano na tiragem.
Plano a que se refere (mental, emocional, material e filosófico).
Tempo (presente, passado ou futuro).
Mas a tiragem de tarô não se limita à análise individual das cartas. A conexão entre elas é que desenha o contexto pessoal. O passado e o presente são lidos como fatos. O futuro, como tendência. Nada é sentença. Tudo depende das escolhas de quem abre o jogo.
Por isso, o tarô não tem a ver com destino fixo. Ele revela padrões, mostra pontos cegos e oferece recursos internos para lidar melhor com o que está acontecendo. Às vezes, traz verdades desconfortáveis. Mas são justamente elas que impulsionam o amadurecimento.
No fim, o tarô não controla a vida, mas amplia o entendimento sobre ela. Funciona como uma conversa honesta entre você e sua própria consciência.
Em resumo, o tarô funciona assim:
Você traz uma questão ou queixa para a taróloga.
A taróloga identifica a melhor tiragem de tarô para abordar o tema.
As cartas são embaralhadas e dispostas randomicamente.
Cada carta é analisada sozinha, respeitando seu significado, posição, plano e tempo.
As cartas são analisadas em conjunto para conectar informações e construir contexto.
O tarô orienta como agir melhor na situação, aponta possibilidades e destaca aprendizados.
O que tarô pode revelar?
O que o tarô pode revelar vai além do que você imagina, desde que as expectativas estejam alinhadas com sua proposta. A tiragem não existe para entregar certezas absolutas, mas para ampliar e integrar a visão.
É comum buscar no tarô uma resposta direta, um “sim ou não”, como se ele fosse assumir nossas decisões. No entanto, ele opera em uma lógica mais reflexiva do que determinista. As cartas mostram o que você precisa ver, não o que gostaria de ouvir.
A revelação, então, é sobre compreender os ciclos que se repetem, os padrões que te bloqueiam, as alternativas despercebidas e os caminhos que se formam. No fim, é sobre descobrir a si mesma.
O tarô funciona mesmo?
O tarô funciona, mas depende da expectativa de quem abre o jogo. Quem faz uma tiragem com intenção de controlar a vida, dificilmente ficará satisfeita. Mas, se ele for encarado como uma prática para se conhecer e compreender melhor as dinâmicas cotidianas, pode ser um ótimo recurso.
As cartas facilitam organizar as ideias, confrontar ilusões e desbloquear percepções invisíveis a "olho nu". Mas é importante saber que elas raramente entregam “sim ou não”, tampouco decidem por você.
Quer agendar uma consulta de tarô?
Meu nome é Marina Jordão, e há cinco anos uso o tarô para organizar meu raciocínio e desenvolver minha percepção. Com apoio dele, passei a analisar contextos com mais critério, ajustar comportamentos e tomar decisões mais coerentes.
Nos últimos dois anos, venho me dedicando ao estudo técnico e histórico do tarô, além da sua aplicação profissional. Quanto mais conheço, mais entendo a importância de fundamentar o assunto, tornando esse conhecimento mais acessível.
Além do tarô, estudo temas como psicanálise, filosofia e sociologia. Esses campos oferecem base teórica para as orientações, evitam vieses pessoais e contribuem para que cada consulta respeite o contexto de quem a procura.
Como é uma consulta de tarô comigo?
Meu trabalho é interpretar as cartas, contextualizar o jogo e orientar com base nisso. Faço isso com cuidado, clareza e imparcialidade. As tiragens costumam trazer à tona dúvidas, desejos, medos e escolhas, por isso criar uma relação de confiança é parte essencial.
Como funciona a consulta:
Traga sua questão: pode ser uma dúvida, um problema ou uma situação que você quer entender melhor.
Escolha a tiragem e o formato: você escolhe entre as opções abaixo e define se prefere gravação com imagem ou videochamada.
Preencha um breve questionário: te envio um formulário rápido para coletar informações básicas sobre seu contexto. No caso da videochamada, lá você também vai sugerir um dia e horário para a consulta.
Consulta para explorar uma única situação.
Chamada ao vivo (20 min): R$ 87,00.
Gravação com imagem (envio no mesmo dia): R$ 47,00.
Consulta para explorar duas situações.
Chamada ao vivo (40 min): R$ 127,00.
Gravação com imagem (envio em até 2 dias úteis): R$ 67,00.
Visão ampla e integrada de múltiplas áreas da vida.
Chamada ao vivo (60 min): R$ 157,00.
Gravação com imagem (envio em até 4 dias úteis): R$ 77,00.
Após enviar sua resposta ao formulário, os passos são esses:
🎧 Se você escolheu gravação:
Você recebe a tiragem gravada dentro do prazo.
Caso surja alguma dúvida após ouvir, pode solicitar um esclarecimento dentro de 5 dias.
📹 Se você escolheu videochamada:
Após o agendamento, você recebe o link de acesso à consulta ao vivo no dia marcado.
Depois da consulta, envio a imagem das cartas, a gravação do jogo e uma pesquisa rápida para saber como foi sua experiência.
Meu trabalho com tarô é inclusivo, responsável e não vinculado a nenhuma religião. Meu papel é facilitar seu contato com o tarô, contextualizando as mensagens ao seu cenário.
O que você leva da tiragem?
Mais informação: sobre si mesma, sobre o momento, e sobre o que está em jogo.
Mais alinhamento: entre o que você pensa, quer e faz.
Mais direção: clareza para agir com mais coerência ao que te faz bem.
Mais contexto: a conexão de peças internas e externas amplia sua percepção própria e a visão do cenário exterior.
Mas claro, nem tudo que surge é confortável. Pensar com mais profundidade envolve encarar pontos delicados. Por isso, esteja certa de que é um bom momento para esse tipo de conversa. E lembre-se: o tarô não substitui nenhum acompanhamento profissional de saúde.
Sente que agora é a hora de abrir o jogo?
Considere agendar sua consulta de tarô.
Até :)
Marina Jordão é taróloga, publicitária, pós-graduada em Marketing, gestora de conteúdo e idealizadora do Fundamentarô.
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